sábado, 10 de dezembro de 2016

Review - 3%


Primeiramente a série já merecia um review apenas por ser a primeira produção totalmente brasileira da Netflix. O começo da série nos traz a conhecida imagem de distopias já conhecidas, como Jogos Vorazes ,Divergente e Maze Runner, por exemplo. São vários pequenos detalhes que nos remetem as distopias que já conhecemos, mas mesmo assim a série ainda consegue te fazer ficar preso enquanto assiste.
A série nos mostra a verdadeira face da meritocracia, que aliás, na atual circunstância do país, trata-se de uma grande crítica ao sistema, que obviamente não é justo. 
Antes de assistir ao trailer da série, o que mais me chamou atenção foi a presença do ator João Miguel, que particularmente amo, ele atuou em filmes nacionais como Estômago e Xingu, sempre dando um show de atuação.
João Miguel como Ezequiel

Ezequiel (João Miguel) é um dos personagens mais interessantes da série, pois durante toda a temporada temos dúvidas sobre ele, sobre o que pensa e como age, parecendo sempre estar um passo a nossa frente em tudo. E um dos pontos altos da temporada é justamente algo que ele faz, sempre pensando em tudo. Mesmo que no começo vejamos uma imagem de uma pessoa forte e sem fraquezas, aos poucos vamos vendo que assim como todos os outros, Ezequiel sofre e tem sentimentos.
A série mostra como que vivem as pessoas no "lado de cá", mas ainda assim, não nos dá detalhes o suficiente. Sabe-se que a água e comida são escassos, mas as pessoas não parecem sofrer tanto assim pelo pouco que foi mostrado. Assim como o tão falado Maralto, também não é mostrado nada de lá, apenas que é uma ilha (mostrada na abertura da série) e quando mostram a personagem Júlia (Mel Fronckowiak), mulher de Ezequiel. Que por sinal é uma personagem confusa, ou talvez seja a falta de experiência de Mel mesmo, que as vezes parece não sentir nada enquanto chora. 

Como boa distopia, a série nos mostra até que ponto nós humanos conseguimos ir para conseguir o que queremos. Seríamos capazes de matar, ferir, roubar e qualquer outra coisa, tudo para que fossemos aprovados no processo. O processo de 3% é interessante, diferente do que já vimos por aí, requer realmente que a pessoa tenha raciocino lógico e seja consideravelmente esperto, eu provavelmente não passaria.
Vale destacar alguns pontos positivos e negativos.
  • Interessante como vemos que não existe mais um Deus, e sim o Casal Criador, que criou o processo.
  • Por que colocar Bianca Comparato pra fazer papel de jovem de 20 anos? É sempre a mesma coisa. Fora que a personagem parece ter sido criada pra nada.
  • O personagem Fernando acaba sendo o mais chato durante toda a série, a necessidade de ter alguém bonzinho demais, fez com que se tornasse chato.
  • Joana definitivamente foi uma grande surpresa durante todos os episódios.
  • O personagem Rafael mesmo que um pouco caricato, ainda assim foi se transformando na força da série, ele acaba puxando toda a atenção para ele.
  • Não entendo como a medicina do Maralto é capaz de fazer alguém andar de novo,mas não é capaz de curar efeito de veneno.
  • Os diálogos foram precários, sempre dava a impressão de que estava faltando algo.
  • Teria sido muito melhor se ao menos, fosse colocadas algumas ideias de como é o Maralto, ou como o mundo ficou daquele jeito.
  • Outro ponto alto da série foi quando descobrimos que todos no Maralto não podem ter filhos.
  • Não entendi o tanto de gente com tatuagem e cabelo pintado, sendo que aparentemente nem água em direito lá.
O que fica para a segunda temporada, são dúvidas e mais dúvidas. Como Ezequiel vai se comportar no futuro, se Aline (Viviane Porto) vai conseguir se provar inocente, como Michele vai ficar e como Rafael vai lidar com o futuro. Joana vai entrar para A Causa, e A Causa é uma farsa? 
Talvez 8 episódios não sejam o suficiente para a próxima temporada. Espero que o Maralto seja tudo aquilo que falam mesmo, e que os personagens evoluam de forma bacana,
Para uma série brasileira foi tudo muito bonito, bem elaborado e coordenado, obviamente com alguns erros, mas que sim, tem um ótimo futuro pela frente.

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