terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Resenha - O Amante de Marguerite Duras

       O primeiro livro lido de 2024 foi O Amante, de Marguerite Duras. Marguerite foi uma romancista, novelista, roteirista, poetisa, diretora de cinema e dramaturga francesa, sendo considerada uma das principais vozes femininas da literatura do Século XX na Europa, mas isso eu só descobri depois que li esse livro. Por muito tempo guardei esse livro, ele tem uma capa bonita azul e dura, achei bonito então guardei. Veio perdido numa leva de livros que meu pai estava doando. Por anos o guardei, literalmente anos. Mas em 2023 resolvi que leria livros, voltaria a ter essa rotina de pegar um livro e me perder em suas palavras. 

Resolvi que era o momento de finalmente conhecer a história por trás do título e da capa bonita.

Ele é bem curto, apenas 128 páginas. Acabei lendo em dois dias, mas poderia ter terminado em horas.
A escrita é tranquila, mesmo que o assunto ainda me deixe desconfortável. Aparentemente esse livro é quase uma biografia da autora, mas creio que nem tudo que ela escreveu foi exatamente como aconteceu. 

Prêmio Goncourt em 1984, com mais de 2 milhões e meio de exemplares vendidos apenas na França, este romance autobiográfico acompanha a tumultuada história de amor entre uma jovem francesa e um rico comerciante chinês na Indochina pré-guerra. Com uma prosa intimista e certeira, Duras evoca a vida nas margens de Saigon nos últimos dias do império colonial da França e relembra não só sua experiência, mas também os relacionamentos que separaram sua família e que, prematuramente, gravaram em seu rosto as marcas implacáveis da maturidade. 

As palavras de Duras são precisas, seus sentimentos mesmo no começo da vida adulta, conseguem expressar toda sua angustia. A família dela me irrita num nível absurdo. Penso em todas as garotas e garotos que precisam lidar com famílias problemáticas, e a marca que isso pode deixar em suas vidas. Obviamente os encontros dela com o chinês me deixam desconfortável, ele é um adulto apaixonado por uma garota recém saída da vida infantil. Ela mesma ainda se vê como uma garotinha.  Eu gosto que entre um encontro e outro temos uma visão de Saigon, no Vietnã. Eu nunca tinha lido nada num cenário desses, e foi interessante descobrir mais sobre a colônia francesa lá, sobre o ópio e o preconceito que a família toda dela tinha pelo homem, não por ele ser mais velho e sim por ser chinês. O livro é cru, duro e certeiro, te deixa pensando por alguns dias.  

Pouco depois de começar a ler o livro, descobri que existia um filme de 1992, e assim que terminei fui atrás de assistir, e para a minha surpresa tinha na HBO.  Mas sinceramente, algumas coisas não precisam ser vistas, não precisam de adaptação. Esse livro é um desses casos, se eu já me senti desconfortável lendo, assistindo foi pior ainda.

O filme é bem parecido com o livro, mas temos vislumbres de outros detalhes da história, o que pra mim nem era necessário. 

Acho o ator que escolheram pro chinês impecável e muito bonito, a menina também é ótima. Mas novamente, causa muito desconforto as cenas que os dois compartilham momentos íntimos. Não estou sendo conservadora demais, só acho ruim.

De qualquer forma assisti, e olha que é um filme enorme.

 

 Livro ★★★★

Filme ★★★

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